Saturday, December 15, 2007

Savage Garden

Que me habitue ao som dos teus passos e à rosa que fere cada vez que uma verdade se faz sentir, a tua aia é amarga mas sensata, a melodia do sonho não te ilude mais, só querias... em verdade... o abrigo certo ao descer das escadas.

Wednesday, October 17, 2007

Não estás aqui, nunca estiveste, apenas te construí com fios de ilusão (daqueles bonitos sabes?).

Agora o tempo é a palavra chave (ou será apenas chave? the perfect timing...)

Posso te desfazer a qualquer hora! Abater-te sem qualquer dúvida apenas com um "quero, porque sim"(nunca fui boa para dar explicações de qualquer das maneiras).

Ou posso-te guardar aqui e cuidar-te.

Saturday, September 29, 2007

Meu pierrot nocturno, amante do mar e da terra, não chores tuas lágrimas já secas. Fecha os olhos e dá-me as mãos, que amo a palidez do teu rosto e o brilho dos teus olhos perdidos no sonho.

Monday, August 20, 2007

O fim das badaladas

-É o Fim!- o medo instalou-se, os gritos aflitos soavam de todos os lados, correrias de pessoas perdidas no tempo de nervos à flor da pele e lágrimas nos olhos vendo as badaladas cairem.-



Amor, estás bem?Acordei sobressaltada.-Estavas a gemer e às voltas quando entrei... um pesadelo?
-Sim... sim... - estava incomodada, apenas queria fechar os olhos para que que o sonho continuasse. Olhava preocupado.- Está tudo bem, descansa. Que horas são?
-Meio-dia, as badaladas da Sé acabaram de tocar, não ouviste?- acenie que não com a cabeça, sorriu- dormes mesmo que nem uma pedra.
Aproximei-me mais dele e pousei a cabeça nas suas pernas, riu-se da volta que dei para fazer isso.
-Sabes... queria ter continuado a sonhar...
-Fiz mal em te acordar?- as palavras sairam ligeiramente magoadas enquanto me acariciava o cabelo.
-Não. Acordaste-me por estares preocupado comigo... obrigada- embora que ele não me visse a cara sorri, ele soube-o - apenas... apenas queria saber como acabava... tal que nem um livro que gostes.
-Tão curiosa. Queres contar?
-Já de pouco me lembro do sonho, amor- fiquei triste, queria-lhe contar tudo, quem aparecia, o que diziam... emfim tudo até ao mais infimo pormenor- Mas as pessoas sem nome gritavam-parei abruptamente.
-Que foi?
-As badaladas! Ouves?
-Amor, as badaladas soaram à três minutos atrás.-Estranho... ainda as oiço...
-Tontinha- riu-se, e deslizou as mãos de encontro às minhas- o que gritavam as pessoas?
-O fim... do tempo. Acabaram...-fechei os olhos com força- o fim...

Friday, June 15, 2007

Chuva Passiva

Tornas-te um vegetal.
Num ser sem reacção nem consciência.
Limitas-te a olhar para onde estás virado.
"Está tudo bem, tudo bem" dizem afagando-te.
Como podem dizer isto?
Ah! Talvez t'o digam num sonho longincuo...
Mas apenas sonhas com voos mais altos que as montanhas.
"Gostava de ser chuva...
Queria cair em mil pedaços em mil espaços sempre com a mesma vida"
Queres ser chuva e dançar segundo a música do vento!
Mas que utopia essa!
Os beijos trepam-te a pele mas continuas gelado.
"Gostava de ser chuva..." murmuras, mas as tuas palavras, como sempre, são ignoradas, e o ritual doentio continua.
Chove lá fora, e sabes disso pelo barulho que se faz sentir na janela.
"Chove para mim, chove, chove em mim" dizem-te numa ironia constante.
Sucumbes aos beijos e às caricias.
Lá se foi um sonho! (mais um pelos vistos!)

Tuesday, May 01, 2007

Eros...

Quem me dera amor
Que pudesse respirar livremente
Quem me dera amor
Que os dias não passassem sozinhos
Quem me dera amor
Que estivesses aqui
Nenhum dia jamais raiará
Sem o teu doce calor

Amor, é de noite... está frio...

bury me bury me

Sentes o cheiro da mortificação?
Os passos do cadáver sentem-se cada vez mais,
principalmente ao virar da esquina.
O coração já nem tem compasso, já bate tão aleatoriamente...
O sangue nunca foi tão preciso.

Foi virada uma página.

Já não há chama que renasça,
É tudo tão podre aqui, não importa a tristeza.
As cores já só são duas.
A lua é cheia e as estrelas muitas.

Atenção às palavras.

Abraça o morto que ainda sente calor,
Os ossos estão fracos, tem cuidado.
A voz penetra a alma, canta uma canção de embalar.

Enterra-me amor, que o sol se aproxima.

Saturday, March 24, 2007

drown in tears

I still remember the night when I saw you laying by the sea next to the swing that now you love so much.
You cry loudly, when I'm not around, so I can hear you. I hate to hear you crying but I can't help it. Where I am I can hear you as you were beside me. I don't wish you here, I miss you though.
Your tears drow me where flames get too high, where I can't stop to hear you cry, it's killing what now can't be killed.
You switch the sea for the swing to curse forever over me.

Monday, February 05, 2007

Canto

Porque eu danço quando a chuva caí
Sem chuva não danço, sem chuva...

O céu vermelho abriga-me a fantasia
Entre sonhos e loucuras
desvaneios apenas, meu amor

Ouve-me a voz da alma
Esconde-te em mim, pedaço de gente
Amor, sonha enquanto canto, sonha
Que hoje não há chuva para dançar

Sonha sim amor, enquanto te beijo os olhos fechados
E a eles deixo levar o meu calor

Sorris em teu sono embalado.

Friday, January 19, 2007

vais me fazer a vontade desta vez?

Compadece-te de mim amor... que a poesia não é compreendida, e nem eu para meu mal a compreendo.
Deixa-me sonhar por um segundo e arrempender-me logo a seguir.
Quero desesperadamente calor, mas não tremo nem vejo a noite a cair e a trazer consigo mil uma estrelas, e a minha tão querida lua.
Deixa-me ter o prazer de te ver a sorrir para mim mais uma vez. Não sabes o quanto amo esse teu sorriso.

Thursday, January 11, 2007

o inicio de tudo e de nada

Enquanto mil e um rodopios são dados, e sorrisos mais, ela não sai do mesmo sítio, nem lhe sai o mesmo do pensamento. Ela não está ali. Deveria estar onde se sentisse bem. Aquela pista de dança não dizia nada, ou pelo menos agora.
-Marrianne dá-me um sorriso! Vá lá só um! Daqueles que eu gosto tanto de ver... quando passamos imenso tempo juntas a conversar e a rir sobre isto e aquilo. Detesto ver-te assim.
-Não podes fazer nada, Isabelle. Tu não podes fazer nada. Vai dançar... pelo menos tu tens companhia. – e ela baixa a cabeça como se quisesse esconder o olhos - Eu fico bem... descansa.
-Tu sabes bem que tens companhia... Está ali a olhar para ti, mesmo do outro lado da sala. - sussurrou-lhe a irmã.
Isabelle foi-se embora deixando a irmã perturbada, demasiado até. Ela foi-se embora porque, para além de uma nova música ter começado, sabia que era melhor deixar a irmã entregar-se aos pensamentos e, sabia muito bem que a sua irmã iria fazer o mais acertado.
Marrianne estava tão abstraída de todo aquele ambiente que não se e iria distrair com todos aqueles passos.
Ela não podia aceitar tal companhia, nem o queria fazer. Não queria ir contra tudo o que lhe disseram, embora fosse esse o seu impulso.
Um impulso. Nada tinha sido se não fosse um impulso. Ela sabia o tão bem, no entanto, não se tinha arrependido.
Levantou-se da cadeira e olhou-o. Ele lá continuava a olhar para ela com a mesma expressão de sempre, mas ela com o seu olhar desprezou-o, virou costas e foi à varanda.
Como ela gostava de ir à varanda quando a noite já tinha caído. Aí sim se sentia bem, a olhar o mundo. E ali não havia olhos alguns que a mirassem. Era só ela, as estrelas e a lua!
Marrianne não queria voltar para dentro de maneira alguma. Resistiria ao frio se a deixassem ali ficar entregue ao nada. Ao nada e a si própria, como tanto gostava de estar.
-Marrianne...-foi sussurrado não demasiado baixo, mas sim de maneira que ela pudesse ouvir sem se assustar, da maneira certa para que soubesse que havia alguém ali.
Ela sobressaltou-se e uma lágrima desceu-lhe da cara sem ela querer, sem ela se dar conta até. Sabia muito bem quem ali estava mas agora não se podia escapar de quem... lhe está preso ao pensamento. Em todas as suas reflexões surge o seu sorriso, os seus olhos... Quanto ela queria pensar noutra coisa... quanto mais tentava menos conseguia! Limpou a malfadada lágrima da cara, e respondeu:
-Que fazes aqui? Eu queria…
-Querias-me evitar a noite inteira – replicou depressa – mas desculpa, não podia deixar que a noite acabasse para falar contigo.
-Diz de uma vez o que queres! – o chão parecia tremer, ou melhor, as suas pernas, queria cair… mas não podia fazer, nem o iria fazer, e a única coisa que tremia em toda aquela situação era a sua voz.
- Tens frio? Aqui está uma ventania que não se pode… Não tarda começas a tremer. – disse com um sorriso nos lábios – vem, vamos entrar. Danças comigo?
Ela estava mais com surpresa com tanta consideração, mas estava determinada a recusar qualquer convite, toda essa diferença nele era estranha, demais até. O frio não a incomodava, nem o frio nem os ventos de Abril . Nem havia qualquer vontade de dançar…
-Seth, obrigada… Mas hoje nem sou boa companhia para ninguém e nem sequer me apetece ver ninguém. E eu estou bem aqui sozinha…
- O teu problema sou eu… eu sei! És mais transparente do que a água Marrianne. –e então Seth passa-lhe a mão pela cara.
-Pára! Vai-te embora!
-Tu tens a certeza que me queres longe? Tens mesmo a certeza? Eu gosto tanto de enrolar ainda mais o teu cabelo, gosto de brincar com o teu cabelo…
-Tu gostas de brincar é comigo! De me emaranhares as ideias, e entrelaçares as vontades!
E o silêncio caiu, pesado e insuportável, nenhum deles conseguia olhar para o outro… A verdade custa assumir… E a ele custava tanto!
-Tens razão, eu gosto de brincar contigo… Aliás só contigo é que eu posso brincar…
-Ninguém mais te deixa brincar não é? Mas desculpa não sou nenhum joguete, muito menos para alguém como tu. - os olhos por pouco que não lhe choravam outra vez depois do que secamente disse. Estava desgastada, precisava de descanso… de paz – Não importa… nada agora importa. Não posso continuar assim. Que mais nenhuma palavra precise de sair da tua boca para mim, que nenhuma palavra tua possa em qualquer altura se referir a mim…
E tal como um vento de Abril ela desapareceu. Ele apenas estacou-se e ali e no pensamento dela.

Wednesday, January 03, 2007

(não) vás (nem) venhas

Vi-te mas...

Vai e vem

Não ficaste por cá...

Vai e vem

Vai e vem

Volta...

Vai e vem

Pára!

Vai e vem

Fica...

Fica.