-É o Fim!- o medo instalou-se, os gritos aflitos soavam de todos os lados, correrias de pessoas perdidas no tempo de nervos à flor da pele e lágrimas nos olhos vendo as badaladas cairem.-
Amor, estás bem?Acordei sobressaltada.-Estavas a gemer e às voltas quando entrei... um pesadelo?
-Sim... sim... - estava incomodada, apenas queria fechar os olhos para que que o sonho continuasse. Olhava preocupado.- Está tudo bem, descansa. Que horas são?
-Meio-dia, as badaladas da Sé acabaram de tocar, não ouviste?- acenie que não com a cabeça, sorriu- dormes mesmo que nem uma pedra.
Aproximei-me mais dele e pousei a cabeça nas suas pernas, riu-se da volta que dei para fazer isso.
-Sabes... queria ter continuado a sonhar...
-Fiz mal em te acordar?- as palavras sairam ligeiramente magoadas enquanto me acariciava o cabelo.
-Não. Acordaste-me por estares preocupado comigo... obrigada- embora que ele não me visse a cara sorri, ele soube-o - apenas... apenas queria saber como acabava... tal que nem um livro que gostes.
-Tão curiosa. Queres contar?
-Já de pouco me lembro do sonho, amor- fiquei triste, queria-lhe contar tudo, quem aparecia, o que diziam... emfim tudo até ao mais infimo pormenor- Mas as pessoas sem nome gritavam-parei abruptamente.
-Que foi?
-As badaladas! Ouves?
-Amor, as badaladas soaram à três minutos atrás.-Estranho... ainda as oiço...
-Tontinha- riu-se, e deslizou as mãos de encontro às minhas- o que gritavam as pessoas?
-O fim... do tempo. Acabaram...-fechei os olhos com força- o fim...
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2 comments:
Paula Paula
que fascínio
Gostei imenso deste texto! Cada palavra parecia ter magia...
Muito bom mesmo
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