Ela, ela à muito sonhava… e a dança era o seu sonho. Desde de pequenina, os bailes, os palcos, as sapatilhas, o par… a nada disto acedia, também nem nada lhe era cedido, e por isso chorava, e chorava, e chorava mais uma vez, mas sempre escondida, sempre...
Era uma menina que andava descalça pelas ruas, o vestido era negro e longo e com o qual escondia os pés, com medo de transmitir a sua pobreza. Os olhos eram negros e grandes, mas quase sempre escondidos com a cabeça baixa, o seu olhar era tão triste e tão forte... Os cabelos eram também longos e cuidados, porém irradiavam luz, irradiavam vida! E nada disso a menina tinha… nada tinha.
Em momentos de alegria saltitava entre as pedras da fonte como se tivesse a dançar, como se fosse morrer no próximo minuto. Rodopiava entre olhares à lua, esta sorria-lhe recíproca e ternamente sabendo da felicidade momentânea da menina.
- Anda p’ra casa! Não ouviste? P’ra casa já!
O seu sorriso desapareceu tal como a sua felicidade. Tinha de adormecer depressa, pois a noite já ia longa e o sol iria nascer em breve. Tinha de mais uma vez trabalhar de sol a sol para merecer o tecto e a comida, como lhe repetiam todos os dias. À chegada do sono uma lágrima.
-Adeus minha querida – dizia à lua cheia – espero ver novamente o teu sorriso reconfortante, adeus.
Logo de manhã cedo uma visita, ninguém esperava, nem muito menos que fosse para ela. Um homem alto de chapéu, talvez um homem de negócios, mas o que lhe queria a ela? Ela nunca recebia visitas, a família havia morrido e não tinha amigos, era pobre.
- Bom dia, menina! – cumprimentou-a delicadamente – vai-me desculpar, mas à ontem noite passei pela fonte – a cara dela empalideceu – vi-a dançar, sei que não me viu. Mas sabe? Dança deveras graciosamente…
Ela corou, ao mesmo tempo de vergonha e de orgulho. Algo caiu no chão…
- Não chore, não quero que chore. Quero apenas que sorria. Sei que gostava de dançar… Talvez, se me deixar a possa ajudar, possa um dia ser bailarina.
-Bailarina? A sério? Como? Não pode ser… – caiu no chão e chorou, nada do que estava a acontecer podia ser verdade, só podia estar a sonhar. Sim, um sonho, um sonho mau…
-Por favor deixe-me tira-la deste sítio - limpa-lhe as lágrimas e sorri.
Ela levanta-se sob a mão dele e sorri também.
…
-Meu senhor, como alguma vez lhe poderei agradecer? Esta é a minha estreia!!
-Use apenas estas bailarinas, fico muito feliz se as usar. Não terá mais de agradecer – tomou-lhe as mãos e sorriu - boa sorte!
-Vou já calça-las!
- Sabe? Adoro o seu sorriso de menina… Não precisa de ter vergonha. Com um sorriso tão lindo é pecado escondê-lo.
- Gentileza sua…
Do palco via-se a lua, tão brilhante como ela nunca vira, e ela tão feliz. Agora não precisava de se esconder…
E a música começou… os passos fluíram, os saltos surgiram… e a lua desapareceu, como? As bailarinas escorregaram no fim dum salto.
Começou então a ver lágrimas a caírem do rosto do homem que apenas vira sorrir, queria-lhe limpar as lágrimas, queria-lhe acariciar a cara com as mãos outrora sujas e ásperas, mas estava cada vez mais longe… e ele cada vez mais perto.
Lua, agora ela brilhava e reconfortava com distantes sorrisos quem amava.
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4 comments:
sabes q n so grande apreciadora de textos destes... mas q tens jeito pa escrever tens... e mt. bem passei aki pa deixar 1 beijinho e pa agradecer... sem ti nd dakilo tnh sido possivel loool... thnks*
Bjnhs*****
neverland sim, fadas nao. e tal como dizes nao e novidade nenhuma o que me dizes ai, mas obrigado na mesma. mas sim, vou lá aprender a voar, espairecer, apaixonar-me sem qerer por um pirata e arranjar um motivo obvio para manter um sorriso nos labios e um olhar brilhante, alegre e sonhador. amiga...so sou fria quando há uma razao suficientemente forte parao ser. e mm que haja, tento evitar ser fria. obrigado, eu tambem gosto mt de tu e retribuo todos os abracinhos!!
tambem eu sonho com a dança, com as sapatilhas, com as pontas de geso, com o par, com os fluidos movimentos com toda essa magia...
Hola Paula
Soy Figuer, de Deviantart.
Es bonita tu historia de la bailarina. Pero también es triste.
¿Para cuándo algo que haga reir?
Besos,
Juan.-
Este texto deixa qualquer um tocado*
Biejinhu da RaqueLinha*
BaiLarina...
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